Gentileza como tecnologia de vínculo

Na foto vemos uma das fundadoras do VerboGentileza, Pat Tavares, vestida de blusa e calça branca e usando óculos escuros. Ela está ao centro de uma roda de variadas pessoas que participaram de uma caminhada, portanto usam roupas para prática de exercício. Todos estão debaixo de árvores em um espaço público.

Um novo código para liderar, inspirar e mover pessoas.

Tenho pensado muito sobre o tempo em que a gente vive.
Tudo chega rápido demais, e, mesmo assim, quase nada permanece.
As respostas são instantâneas, mas o encontro é raro.
O mundo parece cheio de vozes, e, ainda assim, falta escuta.

No meio dessa pressa, eu vejo a gentileza como uma forma de respirar.
Um jeito antigo e profundamente atual de lembrar que a vida se sustenta nas relações.

Cuidar dos vínculos é o que mantém o tempo em equilíbrio.

A ciência vem confirmando o que a experiência humana sempre soube.
Praticar gentileza fortalece redes de confiança,
melhora o humor coletivo
e favorece a cooperação, mesmo quando tudo parece incerto.

Pra mim, gentileza não é suavidade.
É inteligência relacional.
É uma forma de lucidez que transforma a maneira como a gente convive, trab
alha e decide.

Gentileza é reconhecer as falhas sem romper o laço.
É atravessar o conflito sem deixar que o afeto se perca.
É criar espaço pra continuar conversando, mesmo quando é difícil.

Enquanto a tecnologia acelera, a gentileza convida à pausa.
É ela que sustenta o que mantém o tecido das relações:
atenção, escuta e a capacidade de sentir.

Nos lugares onde decisões moldam destinos — empresas, governos, comunidades —
acredito que a gentileza é uma forma de clareza e coragem.
Clareza pra entender que resultado sem relação é vazio.
Coragem pra manter o cuidado mesmo quando o ritmo aperta.

Tenho aprendido que transformar o mundo começa perto.
Nos gestos, nas conversas, no modo como a gente
se escuta.

O convite agora é esse:
desacelerar o automático,
ouvir antes de reagir,
lembrar que gentileza não é um adorno da vida.
É o que a mantém possível.

Em 2025, o verbo é transformar.
Mas antes de mudar o mundo,
eu sigo aprendendo a ser gentil comigo.
Talvez seja aí que a transformação comece de verdade.

Pat Tavares – Novembro de 2025.